100% Feministas e Trans!

Música brasileña Siglo XXI-Feminista y LGBTI

100% Feminista o Trans
Música brasileña en el Siglo XXI

Antonina, Antonina, hija mía
Cuida de tu vida
No dejes que se parezca con la mía

Yo hice demasiado silencio
Ellen Oléria (Mandala)

Escucha el programa acá:

Esta segunda entrega de programas sobre música de Brasil en el s. XXI está dedicada a las escenas feministas y LGBT -Lésbica y Trans en particular-. Sintiéndose parte del ambiente de discusión feminista instalado en América Latina, las compositoras contemporáneas vienen exponiendo sus experiencias y visiones del debate de forma brillante.

Desde el renovado rap de la periferia negra de Tássia Reis o Karol Conká, hasta el pop experimental de Carne Doce o Céu, ofrecemos diferentes amuestras del riquísimo panorama musical de la música producida por mujeres, trayendo también algunas perlas de la no menos potente escena LGBT, especialmente en las voces trans de Liniker y As Bahias e a Cozinha Mineira.

Abajo tienen acceso a las letras de las 15 canciones del programa, por parte de Ellen Oléria, Tássia Reis, Douglas Germana y Elza Soares, Carne Doce, Francisco el Hombre, Céu, Tatá e Danú, Mart’Nália, Afoxé Oyá Alaxé, Karol Conká, Mc Carol, Liniker, as Bahias e a Cozinha Mineira e Jonhy Hooker.

Ke huelga feminismo letras

Mandala
Ellen Oléria

Poeira, poeira lavadeira, enfeitadeira
Poeira, poeira vermelha

Ei, Antonina, preste atenção seu irmão
Argemiro estenda a mão quando lhe for pedida
Mãe vai na frente brititando solução
Buscando última empreitada
Fechando a fogo a mandala

Ei Antonina, Antonina, minha filha
Cuide da sua vida
Não deixe parecer com a minha
Ei, Antonina, Antonina minha filha
Cuide da sua vida
Não deixe parecer com a minha

Eu fiz silêncio demais
Silêncio demais
Silêncio demais

Meu RapJazz - Tássia Reis

Meu rapjazz, meu rapjazz
Dararara dara rara

Eu fico sempre na moral
Mas sabe, más noticias abalam o meu astral
Eu tô legal, não tá ruim
Tô forte, tô viva tô bem longe do fim, acho né
Sempre levando uns toco, a vida dando uns soco
Há quem ache que é pouco mas não é
Mas nem ligo pros outro, quero chegar no topo
Loucura racha coco, sem ibope pra mané (hey)
Sem desperdiçar energia
Várias patifarias querendo me arrastar
Não dou ideia pra essas heresias
Sou de periferia tipo ruim de se enganar
Mas deixa os bicos zoar, ninguém vai assumir
Mas todos querem brilhar
Minha intuição quer cantar, tira um segundo pra ouvir
Que eu não costumo falhar

Ideia zoada nem consta, nem pago pra mostrar
Direto e na fuça e sem blá blá blá
Num flow que assusta, ie ie ie meu rapjazz

Sem mimimi, zumzumzum, c’est fini aqui é clack bum
Menos enrolação e mais ação
Mais participação e mais ação
Menos falação e mais ação
Faladores falam muito, eu não
Não tenho tempo a perder, quero vencer por mim
E lutar por você
Se depender de mim, vou merecer
O respeito que aprendi que devo lutar pra ter
Isso me fez fortalecer, desenvolver
Se não fosse sagaz, tava em outro role
Pra você ver, pra você ver
Luz para o ser, que batalha, trabalha
E não falha no seu proceder
Deus sempre vê, quem é aliado e quem tá de papo furado
Querendo pagar de ser... aah
Deixa estar, deixa se crescer
O tempo é quem vai poder dizer
Não faço nada mais que respeitar meus pés
Eu vivo o meu rapjazz

Ideia zuada não consta, nem constará
Quem é é, quem não é nunca será
Conversa fiada não rola, nem rolará / Quem é é, quem não é nunca será

Maria da Vila Matilde
Elza Soares (compositor Douglas Germano

Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar

Eu solto o cachorro
E, apontando pra você
Eu grito: péguix guix guix guix
Eu quero ver
Você pular, você correr
Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim

Cadê meu celular?...

Eu solto o cachorro…

E quando o samango chegar
Eu mostro o roxo no meu braço
Entrego teu baralho
Teu bloco de pule
Teu dado chumbado
Ponho água no bule
Passo e ofereço um cafezim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim

Cadê meu celular?…

Eu solto o cachorro…

E quando tua mãe ligar
Eu capricho no esculacho
Digo que é mimado
Que é cheio de dengo
Mal acostumado
Tem nada no quengo
Deita, vira e dorme rapidinho
Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim

Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim (4x)

Mão, cheia de dedo, Dedo, cheio de unha suja, E pra cima de mim? Pra cima de moi? Jamais, mané!
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim

Artemísia
Carne Doce (Salma Jô)

Não vai nascer
Porque eu não quero
Porque eu não quero e basta eu não querer

Não vai viver
Porque eu vivo
Sou o deus vivo
Sua razão de ser

De uma praga a um chá
Sabe a índia, sabe a química
Que o seu desencarnar

É da minha natureza
É da minha arquitetura
É do meu querer 
Triste, Louca Ou Má

Francisco, El Hombre (Juliana Strassacapa-Triste louca ou má)

Será qualificada
Ela quem recusar
Seguir receita tal

A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina

Só mesmo rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores
Aceita que tudo deve mudar

Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar

Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define

Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só

Eu não me vejo na palavra
Fêmea: Alvo de caça
Conformada vítima

Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar

E um homem não me define
Minha casa não me define
Minha carne não me define
Eu sou meu próprio lar

Ela desatinou…
Bobagem
Céu

Minha beleza não é efêmera
Como que eu vejo em bancas por aí
Minha natureza é mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir
Bobagem pouca

Minha beleza não é efêmera
Como que eu vejo em bancas por aí
Minha natureza é mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir

É um belo samba
Que ainda está por vir

Comadi
Céu

A comadi é
Ponta-de-lança
Às vezes se amua
Com tamanha herança

A pupila nada
No zóio d?água
Mas cair, não cai
A comadi balança

A comadi é
Ponta-de-lança
Às vezes se amua
Com tamanha herança

Iaiá, Iaiá
Eu li um soneto de amor
Que as lágrimas que tu não chora (Iaiá, Iaiá)
Se escondem num rio dentro de tu

A comadi é
Ponta-de-lança
Às vezes se amua
Com tamanha herança

Rosalina e Margarida
Tatá e Danú (Tatá, Danú e Tiago Mória)

E se Margarida gira a saia
Tudo vira alegría e o mundo
Cria o seu sorriso

E se rosalina pinta a saia,
Cora a tela amarela,
Com a boca de margarida
Gira margarida estrelas no céu
Gira margaridapinta rosalina un

Par pr’eu dancar
Pinta rosalina

Já no fim do dia
Todo olhar que se arrepia
Quando encontra a que gira
Em todo lábio que pinta
Roda Rosalina na saia de Margarida

Carol Ou Clarisse
Mart’nália & Santa Clara

Alguém me disse
Você se foi sem que eu me despedisse
Era carol ou clarisse?
Você nem me disse

Então vem, devagarzinho, mas vem
Vem, pra brincar de ser meu bem
Vem, devagarzinho, mas vem
Vem e me diz

Qual é o teu segredo?
Vem e me diz
Parece até que tá com medo
Não tenha medo não

Mas quem diria
Você nem queria
Pelo menos escutar
O que eu tinha pra falar
Sei lá...

Seguindo teu passo
Até entrar no meu compasso
Um samba, um beijo, um abraço
Último baile de baile de março
É o convite que faço

Oyá, Mulher Forte
Afoxé Oyá Alaxé

Oya
Oh mulher forte
Poderosa e sagrada
Dona de toda beleza
Rainha obstinada
Minha mãe, meu orixá
És dona da minha vida
És tão linda minha Oyá
Me protege, óh mãe querida

Iriloya Cocilorum
Iriloya Cocilorum
Iriloya Cocilorum

Abençan Iriloya Cocilorum
Abençan Iriloya Cocilorum
Abençan Iriloya Cocilorum
Oberi de batican, de baticam Iriloya cocilorum

Iriloya Cocilorum
Iriloya Cocilorum
Iriloya Cocilorum
Iriloya Cocilorum
Abençan orun agemi orocum balé oyadaminá

Oya
Oh mulher forte
Poderosa e sagrada
Dona de toda beleza
Rainha obstinada
Minha mãe,meu orixá
És dona da minha vida
És tão linda minha Oyá
Me protege, óh mãe querida

Sandália
Karol Conka

Lá vai ela toda, toda, só tirando onda
Saiu pelas ruas sabendo onde vai chegar
Sagacidade monstra, a mente já ta pronta
Virou a esquina, correu pra se libertar
Hoje ela não vai voltar
Nem a espere pra jantar
Foi absorver toda adrenalina que tá no ar
Deixa ela, vai! Cada um sabe o que faz
E da janela a mãe dela acende vela e pede proteção ao Pai

Deixa ela, deixa!
Ser livre, seguir sem se importar
Se quiser ir pra qualquer lugar, que vá
Não tem asas, mas pode voar
Ela só quer viver, ela só quer viver!
Andar de sandália pela Jamaica

Ela sabe o que quer
Vai até onde puder
Brinca de bem-me-quer, no bolso nenhum qualquer
Se precisar vai a pé
Se Deus quiser
Desfrutar o que vier, se sentir mulher
De sandália bem louca, ela pisou
Com a capaia na roda, neguin se encantou
Força no atabaque, ginga no agogô
Se esse caminho tá certo então eu também vou!

Se é pra derrubar babilônia, então que caia
Grave que vem do gueto faz o beco sussurrar
A vida é uma dureza, é mó loucura, é mó fayá
Tá cheio de limitados querendo te limitar
Se é pra derrubar babilônia, então que caia
Grave que vem do gueto faz o beco sussurrar
A vida é uma dureza,é mó loucura, é mó fayá
Ela segue sem deixar que limitados tentem limitar

Deixa ela, deixa!
Ser livre, seguir sem se importar
Se quiser ir pra qualquer lugar, que vá
Não tem asas, mas pode voar
Ela só quer viver, ela só quer viver!
Andar de sandália pela jamaica

Rincon Sapiência:
Ela vai pra rua se envolver
Pronta para fazer um rolê
Pretendentes vão pra fila e torce pra ela te escolher
Sem toque de recolher, ela sai pra se ouriçar
Tem o santo forte e a proteção dos orixás
Vento, o mar traz o som
Tudo de bom, praia, sol
Seu vestido leve, fino, igual tecido de lençol
Nunca quis pilotar fogão, lampião, ela arrasa
Vem lotando o coração
Voa sem ter asa!

Deixa ela, deixa!
Ser livre, seguir sem se importar
Se quiser ir pra qualquer lugar, que vá
Não tem asas, mas pode voar
Ela só quer viver, ela só quer viver!
Andar de sandália pela jamaica

(Se é pra derrubar babilônia, então que caia)
Correu pra se libertar!

100% Feminista
MC Carol com Karol Conka

Presenciei tudo isso, dentro da minha família
Mulher com o olho roxo, espancada todo dia
Eu tinha uns 5 anos mas já entendia
Que mulher apanha, se não fizer comida
Mulher oprimida, sem voz, obediente
Quando eu crescer, eu vou ser diferente

Eu cresci, prazer Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista
Eu cresci, prazer Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Represento Aqualtune, represento Carolina
Represento Dandara e Xica da Silva
Sou mulher, sou negra, meu cabelo é duro
Forte, autoritária e as vezes frágil, eu assumo
Minha fragilidade não diminui minha força
Eu que mando nessa porra, eu não vou lavar a louça
Sou mulher independente não aceito opressão
Abaixa sua voz, abaixa sua mão

Mais respeito
Sou mulher destemida minha marra (coraje) vem do gueto
Se estavam querendo peso então toma esse dueto
Desde pequenas aprendemos que silencio não soluciona
Que a revolta vem à tona (SUPERFICIE) pois a justiça não funciona
Me ensinaram que éramos insuficiente
Discordei, pra ser ouvida o grito tem que ser potente

Eu cresci, prazer Karol bandida Represento as mulheres, 100% feminista
Eu cresci, prazer Karol bandida Represento as mulheres, 100% feminista

Represento Nina, Elza, Dona Celestina
Represento Zeferina, Frida, Dona Brasilina
Tentam nos confundir, distorcem tudo que eu sei
Século XXI e ainda querem nos limitar com novas leis
A falta de informação enfraquece a mente
To no mar crescente porque eu faço diferente

Eu cresci, prazer Carol bandida
Represento as mulheres, 100% feminista

Reticências
As Bahias e a Cozinha Mineira

Como um ponto após outro ponto
Outro ponto se vai a andar
Como joão que amava teresa Que amava raimundo
Que não amava meu vasto Coração vagabundo
N’outro mundo foi se colocar
E lá, e lá, e lá E lá no sertão da bahia
Um girassol ao meio dia Fez circulador
E lá na dor do meu desamparo
Ora ando, ora paro
Entre os espaços que restou
E lá, e lá, e lá
Maria, maria Três anjos espreitam do céu
Maria que vela meu sono Maria que arriba meu véu
Maria, maria
Três anjos espreitam do céu
Maria que vela meu sono
Maria que arriba meu véu
Maria que puxa a corda
A descarrilhar meu carretel
Maria, maria
Três anjos espreitam do céu
Maria que vela meu sono
Maria que a rita meu véu
Maria que puxa a corda
E lá, e lá, e lá
Oh mariquita lá se vai a pipa
Descarrilhar meu carretel
Como um ponto após outro ponto
Outro ponto se vai a andar
Essa vida que agora conto
Num cantor, no tonto
Põe-se a cirandar

Louise du Brésil
Liniker e os Caramelows

Passei pra dar um cheiro
Na Luiza mais Louise du Brésil
E aproveitei pra dar no Zé
Até porque eu não tava com frio
Passei pra dar um cheiro
Na Luiza mais Louise du Brésil
E aproveitei pra dar no Zé
Até porque eu não tava com frio

Chovia e a Luiza só queria saber de se molhar
Pra quê? E
Eu e o Zé, ai o Zé! Não vou deixar pra lá
(Ai, o Zé!)

Luiza, 23, salto quinze, meia três
Luiza, 22, feijão com arroz
Ô, Luiza! (Ô, Luiza!)
Vê se vem, tá tudo em pé
Ne me quitte pas, mulher
Eu tô aqui, mon amour!
Dali, se precisar, levo o Zé pra casar em Paris

Boato
Johnny Hooker

Dizem que fugi por te querer demais
Como quero tantas outras, todas sempre iguais,
Dizem por aí que meu cabelo de rapaz
E o meu olhar de homem, mas eu faço muito mais.

Vejo as meninas, tudo me fascina, corpos, carnavais
Pulo na piscina, faço mil mandingas, coisas vãs e tais
Bebo leite quente do amor da gente, nada me satisfaz
Digo que te amo ainda esse ano, espere um pouco mais.

E no entanto me assumo, me jogo, me arrisco de fato
Maldizem meu nome,
Boato.

Dizem que fugi até pra nunca mais
Mas voltei sorridente, cantei até demais
Dizem por aí que ando com álcool a me envenenar
Mas é que existem coisas aqui em mim que preciso matar.

Vejo as meninas, tudo me fascina, corpos, carnavais
Pulo na piscina, faço mil mandingas, coisas vãs e tais
Fumo a noite inteira com as minhas negas, gatas sensacionais
A vizinhança inteira cai na brincadeira, me chamam satanás.

E no entanto me assumo, me jogo, me arrisco de fato
Maldizem meu nome,
Boato
Digo que te amo ainda esse ano, espere um pouco mais
Te amo de verdade, até duas da tarde
Procure outro rapaz
Digo que te amo ainda esse ano, espere um pouco mais
E no entanto me assumo, me jogo, me arrisco de fato
Maldizem meu nome,
Boato.